Relacionamento sonoro














Para convencer, o ator deve realizar ações verdadeiras. A fala não pode ser simples pronúncia de palavras e deve vir acompanhanda de um sentimento verdadeiro, intenção e outros detalhes. Stanislavsk vai além e pede que se tenha o cuidado de verificar se a imagem transmitida está presente na mente de nosso parceiro de palco!

Viola Spolin objetiva em seus jogos construir relacionamentos entre parceiro-atores e não com "personagens". Os dois se preocupam em construir realidades criativas fortes e convincentes.
Mas...ouvir "em palco"? Só lá?
Todos os grandes autores - Brook, Chekhov, Stanislavsk, Boal, Viola e Brecht -, cada qual em sua forma particular de expressar-se, lembra que o ator deve "reconstruir-se" reaprendendo a ouvir, andar, comunicar-se, relacionar-se, falar e outros detalhes.

E essa prática deve ser diária, constante e initerrupta. Essa reconstrução deve estar interiorizada e plenamente absorvida para que possa ser acessada a qualquer momento, inclusive e principalmente no palco, onde muitos outros fatores devem ser considerados e não há tempo para se forçar a ouvir, por exemplo.

Andar se aprende andando. Escutar se aprende escutando.
Nas discussões técnicas, filosóficas e até pessoais que fazem parte dos ensaios (antes, durante e depois deles), cada participante do teatro têm suas opiniões e as coloca. Pessoas inteligentes e cultas que normalmente são, sempre têm muito a falar e essas ocasiões são as oportunidades de comunicar esse conhecimento para pessoas que as entendem.
Infelizmente, um misto de carência com a necessidade de desenvolver seus objetivos egoístas toma muitas vezes o lugar da fantástica oportunidade de praticar o ouvir. Ouvir cada um colocar sua opinião, de forma resumida a fim de oferecer oportunidade à expressão de todos e com isso criar um ambiente rico, humano e acolhedor - absolutamente necessário para a prática teatral (imagine manter uma peça em cartaz por meses com uma convivência fraca?).

O ator que deseja ter a oportunidade de criar uma imagem na mente de seu parceiro ao usar de seu texto em palco deve antes de tudo, praticar com ele o escutar em todos os momentos (mostrando através de seu exemplo pessoal que é capaz de oferecer a devida atenção e esperar que ele seja capaz de fazer o mesmo).

"Espect-ator" é o termo usado por Boal para sugerir que todos somos atores - inclusive os espectadores de uma peça. Portanto, o que fazemos fora do palco fazemos inconscientemente no palco. Quer ser um bom ator? Seja um bom "espect-ator" primeiro.
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Marina Paula
(professora, arte-educadora -
Espírito Santo do Pinhal, SP)

2 comentários:

r.david disse...

Ola Mario, gostei muito de seu blog e do conteúdo, te adicionei em meu blog "Teatro Blogger", vamos trocar idéias, abs!

Débora Adriana de Camargo disse...

Mto bom esse blog... achei interessantissimo,... eh otimo pras pessoas terem contatos com os autores d teatro... coisa q eh nun eh taun comum nos grupos brasil a fora neh... sempre q puder estarei visitando e compartilhando minhas expriencias da universidade aki

tenh um contato direto com a Ingrid Koudela, traduziu Viola Spolin, ela está dirigindo um espetáculo da universidade com a minha turma e nos dá aulas tb ....
parabens pelo blog

bjus